[Re]forma



As oito horas da manhã de domingo, encontro minha irmã Kung Fu, Rúbia, na porta do Mo Gun (武館). Estamos mudando a Casa da Família Moy Jo Lei Ou de endereço.

(Memória: Manhã próxima ao novo endereço)
Por lá já haviam passado algumas equipes formadas por outros irmãos Kung Fu para cumprir determinadas tarefas, como derrubar a parede de drywall que dividia aquela sala em dois ambientes. Engraçado que aquela sala desmontada parecia menor que o costume, e não falo isso por toda bagunça espalhada (sim, eles fizeram um bom trabalho bagunçando tudo), mas acho que é verdade o que dizem sobre o que dá vida ao local ser as pessoas. Aquele espaço que já promovera tantos eventos e se mostrava gigante em alguns momentos, agora parecia ridiculamente pequeno.


(Memória: Dia de atividade no Mo Gun, com Si Fu)


Curioso pensar que essa mudança será o último ato de Kung Fu (功夫) praticado naquela sala.
Seguindo, enquanto eu e Rúbia organizávamos aquela bagunça, dávamos um destino àquelas placas gesso que já haviam sido uma parede, com algumas explorações do Dim Geuk (腳) e muito Papo Kung Fu.


(Rúbia)

Seguindo manhã adentro, fomos pintar as paredes: precisávamos deixar todas elas brancas, o que não traria muita dificuldade, exceto por uma parede vermelha, ah, essa parede vermelha, me recordo que ela já foi branca, e eu mesmo a pintei de vermelho. Isso me lembrou um discurso da minha mão: “eu dei sua vida, então eu posso tirá-la”, e era isso mesmo que eu ia fazer.



Bem, talvez com ajuda.  


Por falar em lembranças, ouvi de um Si Hing que para se tornar mestre você precisa pintar o Mo Gun pelo menos 8 vezes. Não sei quanto dessa história é fruto de suas preferências cinematográficas ou numéricas, mas de toda forma, pelas minhas contas, essa já foi a sexta. Talvez seja a hora de me inscrever no Programa de Mestrado do Clã Moy Jo Lei Ou e começar as minhas produções. Quanto ao Si Hing que me contou essa história, para preservar sua imagem não direi seu nome. (Mas ele também tem uma página) clique aqui.
Olho o Mo Gun com todas as paredes, bem, quase todas brancas, com aquele tipo de satisfação que só se tem às 17:00h de um domingo.


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